Tontura de origem metabólica ou hormonal podem ocorrer por alterações em diversos órgãos e sistemas, com múltiplas possíveis causas.
Estas alterações podem modificar a composição dos fluidos do ouvido interno (labirinto e cóclea são muito sensíveis aos desequilíbrios metabólicos e hormonais), prejudicando o seu funcionamento. Assim, podem estar associadas à perda da audição e zumbido.
Apesar de muito comum, muitas vezes estas causas não são investigadas ou valorizadas.
A alteração do metabolismo dos carboidratos é a mais comum. Podem ocorrer alterações dos índices glicêmicos e da insulina. A insulina controla o nível de glicose no sangue. Por exemplo, se a glicose sobe, o pâncreas aumenta a produção de insulina que, por sua vez, facilita a entrada de glicose nas células. Consequentemente a glicemia cai e também a produção de insulina.
Inicialmente pode ocorrer aumento da insulina antes de aparecer alteração na glicemia (resistência periférica à insulina – os tecidos ficam resistentes à insulina e para manter o nível de glicose no sangue é necessária maior produção da insulina). O aumento de insulina leva ao aumento da pressão endolinfática (hydrops – aumento da pressão do líquido dentro do ouvido interno).
Nesta fase já podem ocorrer sintomas auditivos e labirínticos – a flutuação dos níveis de insulina e glicose se manifestam como vertigem, baixa de audição e zumbido.
Portanto, diante de um paciente com suspeita de tontura metabólica, além de exames de audição e de avaliação vestibular, devemos estudar as alterações da glicose / insulina (glicemia em jejum, curva glicêmica-insulinêmica).
Neste pacientes é importante a orientação de uma dieta com restrição de carboidratos e, em alguns casos, uso de medicamentos.
Outros problemas metabólicos e hormonais como dislipidemias e alterações da tireoide também podem causar tontura e devem ser investigados.