Malformações da orelha

Algumas crianças podem apresentar malformações da orelha ao nascer. Estas podem ser do ouvido externo (por exemplo quando o conduto auditivo externo não existe ou é muito estreito), do ouvido médio (por exemplo quando os ossículos da audição são mal formados) e podem ou não estar associadas à malformações do ouvido interno. Podem aparecer isoladas ou fazer parte de uma síndrome. Se o problema está no ouvido externo e/ou médio, a surdez é de condução.
Em muitos casos, estes pacientes não conseguem usar aparelhos auditivos convencionais (por malformação do pavilhão auditivo, conduto auditivo externo muito estreito). Assim, as próteses auditivas de vibração óssea são indicadas.
As próteses auditivas ancoradas no osso mais utilizadas no Brasil são o BAHA, Punto, Bonebridge e OSIA, com o mesmo princípio de funcionamento semelhante.
O som captado pela prótese gera um estímulo vibratório, que estimula o osso do crânio e esse estímulo é passado diretamente para a cóclea. Portanto, o estímulo sonoro não passa pelo conduto auditivo externo, membrana timpânica e ossículos até chegar no ouvido interno.
É um dispositivo ideal para alguns casos de surdez de condução bilateral permitindo uma audição normal se não há comprometimento do ouvido interno (cóclea).
As cirurgias reparadoras das malformações de ouvido médio e externo eram mais realizadas no passado, muitas vezes com resultado frustrante tanto esteticamente quanto em relação à melhora da audição. Com o surgimento dessas próteses osteointegradas, com resultados auditivos excelentes, as cirurgias reparadoras tiveram sua indicação bastante reduzida.
Também são indicadas quando o paciente portador de surdez condutiva ou mista não pode ou não consegue usar aparelho auditivo convencional por outras razões, por exemplo devido a uma cirurgia prévia de ouvido.
A cirurgia para colocação do dessas próteses em crianças pode ser realizada por volta dos 4-5 anos (quando o osso do crânio já tem uma espessura adequada). Até atingir a idade para realização da cirurgia, crianças mais novas podem utilizar o “soft band”- o aparelho de audição fica preso ao crânio por uma faixa ou tiara.