OTOSCLEROSE – Saiba porque pode ser causa de surdez

A otosclerose também chamada otospongiose é uma doença óssea do ouvido, caracterizada por alteração da mineralização óssea. Tem como principal consequência a diminuição da mobilidade do estribo (um dos ossículos que transmite o som para o ouvido interno).

Além da fixação já descrita, pode acometer outras áreas do ouvido, levando inclusive à um espessamento ósseo importante em algumas destas áreas.

O principal sintoma é perda auditiva. Outros sintomas são zumbido (que acomete até ¾ dos pacientes), podendo também ocorrer tontura.

A perda auditiva ocorre na maioria das vezes pela fixação ossicular que prejudica a transmissão do som para o ouvido interno (chamada perda auditiva condutiva). Em alguns casos pode haver acometimento da cóclea (ouvido interno) e, neste caso, ocorre o que chamamos de perda neurossensorial.

A causa da otosclerose ainda é incerta. Acredita-se na presença de um fator genético. É comum várias pessoas da mesma família apresentarem a doença. Outras teorias descritas são auto imune, infecção viral, endocrinológica e vascular. Porém não há comprovação de muitas destas teorias.

A otosclerose é em geral bilateral (85% dos casos) e simétrica. Inicia-se geralmente entre 20 e 35 anos e com tendência à estabilização após a 5a década. É mais comum em mulheres, sendo rara em crianças.

O exame físico dos ouvidos é geralmente normal.

Na suspeita de otosclerose serão solicitados a princípio exames de audiometria e impedanciometria. Normalmente observa-se alteração na condução do som. Outras características deste exame corroboram a suspeita de otosclerose.

Em alguns casos pode ser necessária realização de tomografia computadorizada, que pode mostrar as alterações da mineralização do osso.

O tratamento para otosclerose pode ser clinico ou cirúrgico.

O tratamento cirúrgico  consiste na Estapedotomia ou estapedectomia, que consiste na substituição do ossículo fixado por uma prótese. É indicado para pacientes com perda condutiva pura ou mista se a perda neurossensorial não for importante. É realizada sob anestesia geral ou local em ambiente hospitalar. Com auxílio de microscópio ou endocópico, comprovando-se a fixação do estribo, como dito anteriormente, este é substituído por prótese de titânio ou teflon.  Geralmente o paciente fica internado por um dia. No pós operatório, o paciente pode sentir tontura e náusea por alguns dias. Trata-se de cirurgia delicada, mas que quando realizada por cirurgião experiente tem grande índice de sucesso. Apesar dos bons resultados, apresenta riscos que deve ser explicados ao paciente pelo cirurgião.

Uma opção ao tratamento cirúrgico é a adaptação de próteses auditivas. Indica-se aparelhos de audição para pacientes que apresentam outras doenças que contra indicam a cirurgia, que apresentam surdez neurossensorial ou que não desejam a cirurgia. Normalmente pacientes com otosclerose tem ótima adaptação com este dispositivo.

É muito importante esclarecer ao paciente sobre sua doença e opções de tratamento, uma vez que a otosclerose atinge pacientes no auge da vida produtiva com grande impacto na qualidade de vida.

Os resultados tanto do tratamento cirúrgico quando da adaptação de aparelho auditivo são geralmente muito bons gerando grande satisfação no paciente.


Figura do ouvido

 


Fixação do estribo na otosclerose

 


Substituição do estribo por prótese

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