Próteses por vibração óssea: Como funcionam? Quais as indicações?
As próteses auditivas osteointegradas mais utilizadas no Brasil são o BAHA, Ponto, Bonebridge e OSIA e tem princípio de funcionamento semelhante.
A prótese é presa no osso do crânio. O som captado pela prótese gera um estímulo vibratório, que estimula o osso do crânio e este estímulo é passado diretamente para a cóclea. Portanto, o estímulo sonoro não passa pelo conduto auditivo externo, membrana timpânica e ossículos ate chegar no ouvido interno.
É um dispositivo ideal para alguns casos de surdez de condução (ver tipos de surdez) permitindo uma audição normal se não há comprometimento do ouvido interno (cóclea).
As principais indicações são as malformações de ouvido externo e ouvido médio (microtia) – por exemplo quando o conduto auditivo externo não existe ou é muito estreito ou quando há malformação dos ossículos da audição. Estas malformações podem aparecer isoladas ou fazer parte de uma síndrome.
As cirurgias reparadoras destas alterações eram mais realizadas no passado, muitas vezes com resultado frustrante tanto esteticamente quanto em relação a melhora da audição. Com o surgimento destas próteses, com resultados auditivos excelentes, estas cirurgias reparadoras tiveram sua indicação bastante reduzida.
Também são indicadas em pacientes com história prévia de otite crônica e cirurgia de ouvido. Muitos pacientes permanecem com surdez condutiva ou mista e não conseguem usar aparelho auditivo convencional.
A cirurgia para colocação destas próteses em crianças pode ser realizada por volta dos 5 anos (quando o osso do crânio já tem uma espessura que permite a colocação da prótese). Antes dessa idade as crianças podem usar o aparelho acoplado ao crânio por uma faixa ou adesivo.
A anestesia pode ser local ou geral. A incisão é feita na região do crânio posterior e superior à orelha. O paciente pode ser liberado no mesmo dia da cirurgia. Após a cicatrização o componente externo da prótese é acoplado ao componente interno implantado cirurgicamente.
O componente implantado cirurgicamente pode ser percutâneo (parafuso de titânio que atravessa a pele) – nesse caso o processador (que fica externamente) se acopla a esse parafuso – ou transcutâneo (componente interno fica embaixo da pele) – nesse caso o processador se acopla por um ímã.
As próteses disponíveis no mercado possuem diversas particularidades. A indicação de cada uma delas depende de vários fatores.
Por exemplo: se há perda neurossensorial associada e qual o seu grau; se o paciente precisa fazer exame de ressonância magnética com frequência; presença de malformações crânio faciais.
Um otorrinolaringologista especialista no tratamento dessas afecções saberá discutir as possibilidades individualmente com cada paciente para orienta-lo corretamente.